Da segunda vez que o Antônio Pezão lutou em Brasília pelo UFC, neste sábado (24/9), o brasiliense não chegara como protagonista do evento, como da primeira vez, em 2014. Sem tanta euforia, Pezão queria reverter a queda que a carreira sofreu desde aquela derrota contra Andrei Arlovski, justamente na cidade natal. Não conseguiu: diante de Roy Nelson amargou outra derrota em casa, a quinta das últimas seis lutas que disputou. Ainda assim, fez uma das melhores lutas.
No card principal, também havia Renan Barão, o ex-campeão dos pesos-galos do UFC. Após subir de categoria, o brasileiro até ganhou a luta do peso-pena, em Brasília, mas não impressionou a ponto de empolgar a torcida. Precisou dos três rounds para vencer Phillipe Nover por decisão unânime dos árbitros. Após o triunfo em um combate mais estudado, Barão assumiu que precisa treinar mais na nova categoria e conquistar o espaço dele aos poucos na divisão que “acabou de chegar”.
O protagonismo ficou mesmo para quem chegou como a estrela do evento: Cris Cyborg. Sem dar a menor chance à sueca Lina Lansberg, a brasileira campeã da franquia exclusivamente de MMA feminino Invicta venceu a segunda disputa dela no UFC. Ela lutou novamente em peso-casado (até 63,5 kg), já que a organização não conta com a categoria dela original, de até 66kg.
O sofrimento de baixar muito mais o peso do que está acostumada se justifica pela oportunidade de luta no UFC e, principalmente, no Brasil. Em ação, a sueca Lina Lansberg até aguentou bastante, mas não teve jeito. Já com o rosto muito machucado, a visitante perdeu por nocaute. Tristeza que se contrastou com a festa que explodiu no Ginásio Nilson Nelson. Com todos os ingressos esgotados, o ginásio ecoou os já tradicionais canto de “uh, vai morrer” e “uh, vai dormir” e, claro, o nome dos brasileiros que enfrentaram estrangeiros.
Um deles foi Francisco Massaranduba. Criado em Brasília, onde conheceu a luta e começou a treinar, o brasileiro levantou a galera com o nocaute técnico sobre Paul Felder, que sofreu um corte sobre o olho, que estava sangrando muito.
Não satisfeito em fazer uma das lutas que mais empolgaram a torcida, Massaranduba ainda compartilhou a alegria de que vai ser pai com o público presente na arena e previu: “Minha esposa está grávida. Acho que serei o melhor pai do mundo”. O brasileiro venceu a sétima vitória seguida dele no UFC e diz que não escolhe adversário. “Luto com quem vier. Quem for, eu vou treinar e me preparar para vencer mais uma e ir subindo degrau a degrau”, disse. O público aprovou a performance dele – tanto dentro, quanto fora do octógono, que aplaudiu de pé a saída dele do ginásio.
Veja o resultado completo do segundo UFC Brasília
Card principal
Renan Barão venceu Phillipe Nover por decisão unânime dos árbitros;
Roy Nelson ganhou de Antônio ‘Pezão’ por nocaute no segundo round;
Francisco ‘Massaranduba’ levou a melhor sobre Paul Felder, que sofreu nocaute técnico (interrupção médica) no terceiro round;
Thiago ‘Marreta’ protagonizou a zebra da noite ao ser finalizado commata-leão por Eric Spicely no primeiro round;
Godofredo Pepey venceu Mike De La Torre por finalização, também mata-leão, no primeiro round.
Card preliminar
Michel ‘Trator’ ganhou Gilbert ‘Durinho’ por decisão unânime dos árbitros;
Rani Yahya venceu Michinori Tanaka por decisão unânime dos juízes;
Jussier ‘Formiga’ venceu Dustin Ortiz também por decisão unânime;
Erick Silva venceu Luan Chagas com mata-leão no terceiro round;
Alan ‘Nuguette’ venceu Stevie Ray por decisão unânime;
Vicente Luque derrubou Héctor Urbina por nocaute no primeiro round;
Gregor Gillespie venceu Glaico França por decisão unânime.
Fonte da notícia: www.superesportes.com